Somos velhos, feito vinho
Mas, não temos a graça da santa bebida.
Maturados nos pensamentos, conforme
a vida vai.
Longe, vai, nosso sonho.
Nossa vontade de ser velho de fato,
de ter nascido em outra época,
que pensar era belo, e sincero.
Hoje, velhos feito vinho,
Não temos aquele aroma, com o frescor
de uma brisa de primavera.
Não temos a cor vermelha, como sangue puro
de um guerreiro.
Ou o sabor, das uvas, altas uvas, escolhidas à dedo.
Mas temos a essência, do pensar além da própia alma.
De olhar o mundo de cima,
de onde podemos enxergar cada caxo de uva.
Dos velhos vinhos, que os pobres homens bebem.